Trabalhei aos 10 anos para comprar livros, disse ex-aprendiz

Pais vindos de Alagoas, sete irmãos e uma vida muito difícil. Essas foram os primeiros relatos do funcionário público, coordenador administrativo do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Jorge dos Santos Ferreira da Silva, ex-aprendiz do Instituto Formar.

Nascido em Marília/SP, mas criado desde os dois anos de idade em Piracicaba, Jorge foi criado numa família muito pobre e, por isso, começou a trabalhar ainda criança. “Comecei ajudando meu pai na feira, carpindo jardins, terrenos e coletando sucata pela cidade numa carrocinha de cavalo”, lembra.

Sua paixão pelos estudos começou quando pisou pela primeira vez na Escola Estadual Abigail de Azevedo Grillo, na Vila Rezende, “Meu primeiro dia de aula foi mágico, um momento muito especial pra mim”, contou. Jorge também estudou na Escola Estadual Olívia Bianco, no bairro Jaraguá: “Cresci num ambiente que era importante tirar boas notas”, ressalta.

Nesta época, sua família ainda lutava pela criação dos filhos e, para comprar livros, ele, o filho mais velho dos irmãos teve que, aos 10 anos, trabalhar para comprar as publicações. “Comecei a trabalhar por conta própria com essa idade e eu carpia terrenos para conseguir comprar os livros da 5ª série”.

Jorge lembrou de um fato marcante em sua vida escolar. “Tinha apenas um livro que eu não consegui comprar com o dinheiro do meu trabalho e, para não ficar sem acompanhar a aula, eu emprestei o livro de um amigo e, a noite eu copiava à mão todo o conteúdo do livro em cadernos que eu achei no lixo. “Um dia, minha professora viu, ficou extremamente emocionada com a minha situação, falou para a turma de o quanto valia a força de vontade da gente e, me presenteou com o livro”, lembra.

Aos 14 anos, Jorge ingressou na antiga Guarda Mirim e ele descreve este momento: “Fiquei deslumbrado quando cheguei na Guarda e eu adorava a ler e, na época ganhei um certificado assiduidade na biblioteca”. O ex-aprendiz também fez parte da Banda João Romeu Pitolli onde tocava trombone.

Pelo instituto, Jorge trabalhou na Olivette do Brasil onde atuava no setor administrativo.

Em 1978, Jorge ingressou na Prefeitura de Piracicaba onde passou por diversos cargos. Em 1986 foi nomeado o primeiro diretor do Teatro Municipal de Piracicaba e, em 1987, Jorge paralelamente ao trabalho como funcionário público, montou uma orquestra de baile, cujo sócio era João Romeu Pitolli – que tem seu nome dedicado à Banda Formar. “Logo depois que montamos a orquestra, ele faleceu. Pitolli era nosso mentor, líder, maestro e pai”, declarou.

Trompetista e servidor público, Jorge atuou na área cultural de Piracicaba por 25 anos. Em 2005 entrou para a área de saúde na prefeitura, quando também começou o curso de Direito na Unimep. “O Samu é um divisor de águas na minha vida, aqui a gente vê que não temos problemas”, disse.

Hoje, pai de quatro filhos e avô de dois netos, Jorge olha para o passado e vê que o Formar é o responsável pela formação de caráter e pela disciplina que aprendera. “Até hoje meu lema é: A disciplina é a base fundamental de todas as coisas”. E, para os atuais aprendizes, o funcionário público aconselha que todos aproveitem ao máximo as oportunidades e que, em nenhum outro lugar, vão encontrar uma instituição tão completa.

Diretor do SITSS (Serviço Integrado de Transporte da Secretaria de Saúde) e coordenador administrativo do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Jorge se reinventa e, como um grande admirador da música, iniciará no mês que vem, aulas de canto lírico no Conservatório de Tatuí.

 

 

Assessoria de Imprensa: Luciana Corrêa (MTB 31881)

Telefone: (19) 3402-5573

E-mail: assessoria@ozoniopropaganda.com.br

Tags: No tags

Comments are closed.